Foi com ela que aprendi a gostar de trabalhos manuais.
Ela faz muitas coisas, me ensinou várias técnicas de trabalhos manuais, mas nunca quis me ensinar a costurar. Ela tinha medo que eu fosse costureira como ela foi e boa parte de sua vida. Achava que eu deveria estudar para ter outra profissão. Assim, dá para imaginar a surpresa, (indignação ou tristeza...) dela quando o seguinte episódio há uns 10 anos atrás. Eu já tinha terminado a minha faculdade, já dava aulas durante o curso e fazia mestrado quando meu pai fez um negócio que rendeu um dinheiro extra e eles decidiram dar um presente a cada filho. Assim eles perguntaram o que cada um iria querer. Eu pedi uma máquina de costura. A resposta de minha mãe foi: “Eu não acredito! Pede outra coisa!”. Mas ela acabou cedendo, felizmente! Comprei a melhor máquina doméstica que havia na época: uma Singer Fashion, com 36 pontos decorativos, caseador automático, braço livre e outros recursos que foram muito úteis.
Hoje já existem outras muito mais lindinhas, mas não tenho visto com tantos pontos decorativos.
Pois então, entendo a preocupação de minha mãe em querer uma profissão melhor que a sua para os filhos e apesar do gosto pelo artesanato não me tornei uma artesã (não profissionalmente!)! Muitas vezes me ocorre a idéia de como seria minha vida se eu tivesse eu me dedicasse ao artesanato como profissão, mas sempre esbarro no dinheiro! Essa deveria ser uma profissão com melhor retorno financeiro. Quem sabe isso acontecerá quando todos os artesãos se conscientizarem do seus méritos e passarem a atribuir valores mais coerentes para seus trabalhos.
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Comentários
Que lindo!!!
Ainda bem que voce näo desistiu de fazer artesanato,senäo perderíamos nós,as tuas fäs.
Eu tambem tenho uma mäquina,afinal a gente sempre acaba usando né?
Bom domingo amiga!
Bjs
Que lindo o paninho de prato!
Também aprendi muitas coisas de trabalhos manuais com a minha mãe. Me encantei pelo mundo do artesanato com ela. Ela sempre trabalhou com o artesanato, mas há 16 anos é que ela levou à sério a profissão e é uma artesã de fato. Minha mãe também sempre me apoiou em todas minhas decisões, mas sua dedicação maior era para que eu estudasse.
Com recursos financeiros mínimos, consegui me formar em uma universidade federal, graças ao apoio de meus pais. Trabalhei alguns anos com pesquisa científica e me preparava para o mestrado. Foi uma época excelente em crescimento pessoal e repetiria se necessário. Mas, um quê de insatisfação com o rumo que a minha vida profissional estava tomando já não me fazia feliz. Parece que, gradativamente, estava me desconectando das minhas verdadeiras paixões. Para não me estender muito aqui, posso dizer que, felizmente, criaram-se as condições necessárias para eu poder escolher a profissão de artesã. E, hoje, não posso ser mais feliz. Realmente, o retorno financeiro não é o dos mais atraentes, entretanto, na minha história pessoal, encontrei outros retornos que não têm preço.
Concordo com vc: a percepção do valor do trabalho artesanal passa pela conscientização do próprio artesão também.
Beijos,
Vanessa
Beijos
Bjs
O que você disse sobre artesãos, eu também penso. Borda-se uma toalha a mão, quando se vai vendê-la, pede-se uma quantia "x" e quem quer comprar sempre diz que está caro. Acho isso triste. Sabemos que tudo é pago conforme o tempo empregado na produção (se bem que compramos cada bugiganga que é feita eletronicamente em segundos, pagando mais do que a porcaria realmente valhe), então, por que não o tempo e a paciência de quem fez um bordado, produziu uma peça artesanal qualquer deve ser subavaliada? Não!
Entendo a sua mãe, o medo dela. Mãe de duas amigas minhas tinham o mesmo medo relativamente ao futuro das filhas. Uma pena, uma grande pena...
parabens pelo blog!! é a primeira vez que entramos e com certeza seremos assíduas!
Assim com vc, adoramos manualidades!! fazemos um trabalho com criança muito interessante e queremos que vc conheça!!
Um abraço,
Patricia e Andrea
www.ocaculturaearte.blogspot.com